terça-feira, 29 de abril de 2008

Amor

Hoje era pra ser um daqueles dias que tudo dá errado: acordei UMA HORA E MEIA atrasada, minha pele estava oleosíssima (maldito chocolate!), lotação entupida de gente (tinha um rapaz com os braços pra fora da janela e uma moça, que no caso era essa que vos fala, sem lugar pra se segurar apoiando-se no próprio rapaz com os braços pra fora) e o rotineiro caos que é a estação Sé às 8h da manhã. E pra piorar um pouquinho mais, uma prova a noite que, pelo visto, vai estar um tanto quanto complicada. Concorda que eu teria bons motivos para estar estressada e/ou nervosa? Pois bem, não estou. E a razão eu explico nos parágrafos seguintes.

Bem, existem pessoas e pessoas no mundo. Tem aquelas que sonham em ser ricas e famosas e aquelas que desejam, ainda que por pouco tempo, o anonimato; existem as que apreciam o mar e as que preferem uma casa no alto da colina; há também quem prefira brigadeiro a beijinho. Mas uma coisa comum entre todas elas é o amor. Existe alguém que não goste de amor? Não goste de carinho? Não goste de se sentir querido? Eu duvido! Falo do amor não só entre um homem e uma mulher ( entre homem/homem também!), mas no amor no seu sentido univesal. Amor de mãe, de irmão, pelo próximo, pela profissão, pela vida. E 99% do meu coração é amor! Acho que perceber isso me fez notar que um simples coletivo lotado e uma pele facial oleosa não pode ser mais importante do que amar.

Quem tem o costume de ler este blog deve estar se perguntando "por que raios esta garota resolveu falar de sentimentos hoje se ela nunca faz isso?". A resposta é simples: resolvi que, além de ser um portfólio de textos meus, usarei esse blog como uma forma de extravasar o que sinto (e ultimamente tenho sentido bastante coisa). Como hoje o dia não começou maravilhosamente bem, achei que dividir amor seria uma forma de alívio e de esquecer a 'subaqueira' pela qual tive que passar hj no Paraíso (que ironia).
É isso aí, paz e amor pra vocês, queridos leitores.


ps: Di, te amo!

domingo, 27 de abril de 2008

Futebol: um sonho a ser alcançado

Texto produzido para aula de Laboratório de Redação

De tempos em tempos novos talentos surgem no futebol brasileiro. Pode-se dizer que ser um grande jogador é sonho de grande parte dos meninos, porém, não é para todos que esta estrela brilha. É preciso, como os próprios dizem, "suar a camisa" para conseguir uma vaga num clube e destacar-se nele.
Este é o caso de Everton Ribeiro,19, jogador do Corinthians. Recentemente o rapaz ingressou no clube paulista e se diz satisfeito por ter conseguido chegar lá.
uma sensação maravilhosa,saber que você tá conseguindo realizar um sonho de criança e é realmente muito emocionante ver o estádio lotado,a torcida gritando seu nome e tudo mais", diz. Apesar de realizado por jogar em seu time do coração, Everton aponta um lado que o preocupa. " Tanto por parte da torcida como da mídia, há uma pressão enorme. Qualquer coisa que acontece aqui dentro vira notícia, qualquer erro a torcida pega no seu pé.Tem que ter muita tranquilidade pra trabalhar aqui", complementa.
Todo grande clube (seja ele nacional ou internacional) passa por graves e profundas crises. Com o Corinthians não foi diferente. O time passou por grandes dificuldades, especialmente no ano de 2007, onde durante o Campeonato Brasileiro, foi rebaixado para a série B, a famosa "segundona" . Até hoje o clube enfrenta a problemática de estar num grupo de times de categoria inferior ao que ele estava acostumado, e foi justo nessa época que Everton teve a grande chance de mostrar sua capacidade em campo. Quando questionado se a posição do Corinthians no campeonato atrapalhava-o pois estava em início de carreira, o jovem responde categoricamente: "por um lado atrapalhou, por outro ajudou. Foi ruim pois um rebaixamento fica marcado pra sempre na carreira de um jogador, principalmente por ser um clube como o Corinthians. Mas por outro lado, a torcida sempre me apoiou e jamais me xingou, eu consegui criar uma identificação com a torcida".
Histórias como a de Everton não são raras. Em todo canto do Brasil existem jovens sonhadores que almejam alcançar o estrelato jogando bola. Outro exemplo ocorre com Caju,19, também jogador do Corinthians recém ingressado no time.
Caju jogou durante muitos anos no clube paulista Juventus e agora, jogando no Corinthians, diz que a única coisa que difere um clube do outro é a torcida. "De grandeza, os dois são iguais" (risos).
Adriano, Ronaldo, Kaká...todos eles são brilhantes jogadores que, assim como Everton e Caju, começaram sua carreira em times menores e hoje fazem um maravilhoso futebol nos campos europeus. "Todo jogador sonha em jogar no exterior, se garantir financeiramente, ajudar a família. Mas, primeiro, quero fazer minha história aqui no Corinthians, dar muitas alegrias à torcida, cumprir meu contrato e daqui um bom tempo pensar em ir pra fora. Ainda há muito tempo pra ficar por aqui", completa Caju.

domingo, 20 de abril de 2008

Caso Isabella

Há 3 semanas a vida de duas famílias mudou completamente. Tanto os Nardoni quanto os Oliveira vivem o mesmo drama, porém com visões diferentes. De um lado, a dor da jovem mãe que nunca mais terá consigo a filhinha amada, e de outro, o pai da criança e a madrasta acusados previamente de espancar e lançar a menina do 6° andar. A mídia não se cansa de repetir a trágica morte da garota Isabella, provocando a ira da população que, antes mesmo de saber quem eram os verdadeiros culpados, já julgavam assassinos o casal suspeito.
Um ponto que considero relevante no caso é o papel da imprensa nele. Toda essa mobilização que tem invadido nossos lares nos últimos dias faz do assassinato um "show de horror". Cansamos de escutar que antes mesmo de chegar ao apartamento da família a menina já havia sido espancada; no laudo oficial (e até o que saiu antes dele) já haviam encontrado manchas de sangue no pulmão e no coração (o que caracterizaria uma asfixia antes da queda) e todos também já sabem de cor que a possibilidade de haver uma terceira pessoa responsável pelo crime no apartamento, segundo a polícia, seria quase nula. E todas essas informações, que não são novidade pra ninguém, foram veiculadas inúmeras vezes pela mídia. Confesso que eu, apesar de achar que tudo isso tá sendo super exposto, não desgrudo o olho da TV quando surge alguma notícia sobre o caso. E acredito que milhões de brasileiros também o façam, por isso que em todos os véiculos dia e noite divulgam imagens do casal, da mãe e fotos da pequena. É triste, mas a desgraça de uns torna-se ibope para outros.
Outro ponto interessante (na verdade absurdo!) é ver que pessoas,inclusive de outros estados, vão até a casa dos Nardoni para xingá-los, linchá-los e ao mesmo tempo clamam por justiça. Pera aí, que justiça? É justo ir até a porta de um suspeito desrespeitá-lo? É certo tirar a paz dos moradores vizinhos? Não bastasse ver sua foto estampada no jornal insinuando sua culpa, ainda são acusados violentamente na porta da própria casa. Até para ir à delegacia depor o casal teve que ser escoltado por policiais militares e até mesmo pelo GOE, correndo o sério risco de ser apedrejado. Acho que a mídia, apesar de sempre reforçar que "ainda não temos os culpados reais do crime", pela super exposição do casal suspeito já fez com que a massa os acusasse. Porém agora depois do último depoimento que acabou os indiciando por homicídio, acredito que a revolta contra o casal crescerá aidna mais. E pior do que a população indignada ir à porta para ofender Alexandre e Anna Carolina Jatobá, há também aqueles que vão até lá para aparecer na tv. Já repararam nos imbecis que ficam atrás sorrindo e dando tchau pra câmera? Lamentável.
Sim, eu tenho pena do casal. Não que eu ache justificável o crime, não que eu não tenha ficado chocada com o fato de uma criança ter sido jogada pela janela do 6° andar mas a vida do Alexandre e da Jatobá nunca mais será a mesma. Merecem sim uma punição a altura do crime que praticaram mas que isso fique a cargo da Justiça, e não da população sedenta por uma represália igualmente cruel.
Vi nessa última sexta-feira que o caso pode ser arquivado. Desejo do fundo do coração que isso não ocorra, que não se deixe esquecer de Isabella, de João Hélio, da garota de Goiás e todas as crianças desse Brasil que são diariamente maltratadas e mortas. "Justiça é só o que queremos", dizia um cartaz na porta da família Nardoni.